domingo, 13 de outubro de 2013

despedidas e cheganças

invejo-te sempre, menina.
invejo-te sem pudor.
invejo-te por conseguires tão facilmente
o que tanto tenho tentado
nesse meu velho caminhar.
invejo-te, menina: sua capacidade de amar.

quando te chego e falo das loucuras dessa vida,
e tu ri, preocupada, sem entender quase sempre,
porque é que teimo tanto em continuar assim,
e eu rio mais ainda, por você gostar de mim.

Sei que tens medo, menina. De um dia eu não voltar.
Que a cada saída minha há uma nova insegurança,
sei que rezas para o seu bom Deus proteger-me,
queria te dizer, menina, que também tenho medos tantos,
que nunca falo, para nunca angustiar-te.

Mas eu volto, e você sabe.
Logo, logo, chegarei,
com mais uma bagagem,
com uns poucos livros novos,
com histórias pra contar.

Minha vida, minha menina, você sabe
será sempre assim: de despedidas e cheganças.
Nessa distância que me encontro do seu bondoso olhar,
rio sempre e me entristeço por você não está aqui,
queria poder dizer da minha felicidade,
dizer que me acho na beleza das coisas simples
e me enfeito de natureza.

Sinto sua falta, menina
mais falta do seu olhar,
chego logo, qualquer dia
pra poder te abraçar
chego já, minha menina
pois sempre irei voltar.


na madrugada de uma ocupação
para a menina dos olhinhos de amor.
Set. 2013