quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Nada é real... Do que penso.

 Constantemente criando sonhos e histórias ilusórias pra me manter viva aqui. Sinto-me presa nesse absurdo temporal, nesse emaranhado de incertezas, de façanhas, de apenas segundos, poucos meros segundos de paz... Me sinto só, e isso é o que me resta de mais verdadeiro aqui, em meio a esses sentimentos conturbados, incertos, inexplicáveis... Esses sonhos concretados em ilusões e mentiras que sei... Sei que não vão achar meio, razão, coisa qualquer que os faça tornarem-se reais. Sempre soube, alias. Estes, ficaram sempre aqui, só aqui... No mais profundo e secreto esconderijo dentro de mim.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

"(...) Mas o medo não depende de crença ou descrença, medo entra pelo couro da gente, se enfia pelos poros, sabe lá. Você não tem religião, não frequenta missa, nem se confessa, não liga a sermão de padre: mas na hora de passar à noite com escuro por um lugar mal assombrado, você pode dizer por bravata que não tem medo, mas tem medo sim, e se ninguém estiver olhando você faz o pelo-sinal, por garantia."
(Dôra, Doralina - Rachel de Queiroz)
"Afinal amor é isso mesmo, a gente pegar um homem ou uma mulher igual aos outros e botar naquela criatura tudo que o nosso coração queria. Claro que ele ou ela podem não valer tanta cegueira, mas amor que se enganar..."
(Dôra, Doralina)
"E aos poucos, eu também ia me endurecendo (...). Meu coração cada vez mais me ocupava lugar menor dentro do peito, e só de noite, sozinha, é que eu lhe afrouxava a prisão. Só de noite é que eu sonhava e recordava, querendo ou sem querer. Dormindo, acordada, rolando na cama, minha velha cama agora de colchão novo, onde eu, viúva, me deitava atravessada. Dormindo, acordada, sonhando. E revivia, e relatava, e relembrava, naquelas horas sozinha, eu não podia abafar..."
(Dôra, Doralina - Rachel de Queiroz)