sábado, 30 de novembro de 2013

Andarilhagens | Sob um céu de clara-noite

Olhe só, moça
esse engraçado céu do sul
o relógio diz: são oito
mas o sol ainda claro
ainda não repousou
lá no nordeste se diria que é detardezinha.

Olhe só, moça
que cidade mais gozada
diferente de nosso amado sertão
sertão nordestino que vem dentro
no coração
no sotaque
no jeito
e no riso alto

Olhe só, moça
já começa a escurecer
são nove por aqui
mas não se vê estrelas, nem luar
aquele luar do sertão
poetizado e admirado
sinto falta, como digo
de olhar o céu assim.

Moça, abraço-te
porque teu riso típico-nordestino-aventureiro
me parece poesia
sua prosa tranquila
e teu jeito faceiro risonho
feito mulher sem medo da vida
me faz encantada rir
me aproxima de mim mesma

Esses encontros únicos da vida
em meio a tantas conjunturas
faz o coração militante-combatente
sentir a beleza da vida
dessa vida que é tão cotidianamente
labuta de conflitos
mas que é encontro
serenidade
e amor.

Já é noite, moça.
agora escuro e frio (olhe só!)
Idéia-força do amor, é o que me move.
Dorme, moça e abraça-me
serenamente, sentimo-nos.


Te sinto
e basta.

- Dessa liberdade sonhada e construída diariamente em minha vida
tenho plena convicção que é sentimento dos que amam e lutam por um novo projeto:
o amor livre e o direito fundamental de ser, pensar e sentir o outro.

 24.11.2013 - após uma noite porto-alegrense poética de felicidade simples
inspirado em "um sonho de juana".