Esse sonho que me toma de forma tão voraz
é acima de tudo e antes de qualquer coisa
o que me faz ser o que o que sou...
Vejo homens fatigados e exaustos,
com mãos trêmulas e enrugadas,
que trabalham de sol a sol.
Vejo mulheres reprimidas e sofredoras,
que por trabalharem tanto e sentirem no mais íntimo de seu ser
o peso de ser mulher pobre e não ter opção,
perdem a notável esperança,
e endurecem o coração e a alma
e tudo que de ti faz parte.
São meus irmãos,
meus semelhantes,
e é por eles,
para eles
e com eles que luto.
Lutar, reagir, resistir,
por mais que eles sigam desconstruindo o que acreditamos.
Lutar, por que dentro de mim existe uma ânsia
tão humana e verdadeira,
que me conduz à Revolução.
Porque em mim persiste forte e sincero
o amor pelo meu povo.
Lutar porque chegará o dia
que meus irmãos quebraram as correntes que os prendem
e os que sempre nos exploraram verão que nada poderão fazer,
porque o povo terá visto enfim,
que nada nem ninguém pode domá-lo...
Então tudo que sonhamos se realizará,
como em uma nova manhã bela e pura
e todos sorrirão felizes e satisfeitos
e se reconhecerão uns nos outros,
pois todos serão iguais,
por mais que sejam humanamente diferentes ...
Há de ser lindo.